quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O porquê do blog, do livro e do retorno à Antartica







A intenção deste blog nada mais é que relatar pra amigos, familiares e curiosos a minha segunda ida à Antártica.
Como já tenho a experiência de uma primeira visita, sei como é irritante anexar fotos em webmail e difícil responder às perguntas de todos. Assim, resolvi fazer uma espécie de "diário de bordo", onde além de descrever minhas aventuras na terra dos pinguins, posso fazer um rascunho de tudo que passei pra usar posteriormente.
O motivo de estar indo pra tão longe pela segunda vez é um projeto pessoal chamado "Marinha do Brasil: norte, sul, leste e oeste".
Tudo começou quando consegui fazer uma expedição à Ilha de Trindade, na costa do Espírito Santo e descobri a importância da zona exclusiva econômica. O termo é rebuscado, mas simplesmente quer dizer que podemos explorar economicamente até 300 milhas naúticas o último ponto habitado do país. Em tempos de pré-sal isso pode significar muitos milhões de doláres. Nesta viagem descobri que eles (a Marinha) faziam expedições pela Amazônia em Navios Hospitalares e lá fui eu atrás deles.
É claro que é preciso algum contato, mas como fotógrafa e sobrinha de almirante corri atrás e consegui mais uma vez embarcar. Fiquei 20 dias navegando pelos rios Tapajós, Xingu e Trombetas num navio hospitalar, onde eu era a única civil, acompanhando o trabalho do pessoal da saúde nas populações ribeirinhas. Um trabalho lindo, onde toda logística de guerra é usada para ajudar comunidades tão carentes. A intimidade com o universo naval cada vez ficou maior e fazendo um amigo aqui e outro ali vi que a atuação na Antártioca era parecida, mas voltada para dar suporte à pesquisa cientíca. Foi quando visualizei os 4 pontos cardeais e vi que em cada um deles a marinha ajudava a uma atividade completamente diferente. O meu próximo destino será cobrir as patrulhas de fronteira nos rios do pantanal. Fechando a rosa dos ventos: norte-social, leste-econômico, sul-científico e oeste-militar. É claro que desde a primeira viagem até chegar aqui eu construi uma casa e fui morar no mato, tive uma filha, voltei pro Rio e terminei um casamento. Mas o que importa é que eu amo muito o meu projeto e é ele que me dá prazer entre tantos trabalhos chatos que me vejo obrigada a fazer. Eu, que adoro viajar, fotografar, o mar, a aventura, os navios e a vida a bordo sei que, apesar da minha tristeza de deixar minha filhota por 30 dias, terei muitos dias interessantes pela frente.
AH! E porque tive que voltar? Não é só difícil conseguir ir à Antártica, também é difícil chegar lá. Ano passado me prometeram 3 dias em terra, mas devidos a questões de logística, condições climáticas e sei lá mais o que, tive somente oito horas de um dia feio e chuvoso. Foi uma das maiores experiências da minha vida como pessoa e a mais frustante como fotógrafa. Algumas destas fotos que seguem agora são de todas estas expedições que fiz e que espero venham a ilustrar meu livro algum dia não muito distante.
Por último, o nome do blog é uma homenagem à Marina, minha filha. É assim que ela se refere à terra que sua mãe vai retornar. Ela quer muito ir também, mas sabe que não é um lugar pra crianças por causa do frio, mas espera muitas fotos de pinguins e mais um de pelúcia para sua coleção!

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